Atualmente, um dos componentes mais relevantes no ecossistema de telecomunicações em nível mundial são os centros de dados, também conhecidos como datacenters. Mas o que é a interconexão de datacenters?
O que é a interconexão de datacenters?
Um datacenter é um espaço especialmente projetado para abrigar a infraestrutura de computação e armazenamento de clientes corporativos (B2B), as infraestruturas dos grandes operadores de Cloud Computing Públicos (AWS, Azure, GCP, Oracle, etc.) e infraestruturas locais como os serviços de Cloud da InterNexa.
A isso se soma a conexão desses serviços com os operadores de telecomunicações, para gerar um ecossistema de serviços que globaliza as redes e a capacidade de distribuir e interconectar cargas de trabalho resumidas em aplicativos de uso corporativo e massivo, protegidos com arquiteturas altamente seguras.
A América Latina está presente nesse ecossistema de datacenters e, de acordo com estudos da Global Data, a distribuição da participação de mercado é composta por 64,5% no Brasil, 16,87% na Colômbia, 8,01% na Argentina, 7,18% no Chile e 3,45% no Peru.
Embora o crescimento dos serviços de datacenter possa ser medido em receitas, sua posição dentro do ecossistema digital de um país é, em algumas ocasiões, medida pelo tamanho em metros quadrados construídos. No entanto, a realidade é que esse tipo de serviço é crítico por sua capacidade de oferta de potência elétrica (medida em Megawatts (MW)), mais do que pela disponibilidade de espaço.
Nesse sentido, os grandes desafios dessa indústria estão em garantir grandes capacidades de energia, somadas às estratégias de combinar energias limpas e a redução da pegada de carbono. De acordo com o relatório de pesquisa da Arizton, citado pelo DatacenterDynamics (agosto de 2022) e disponível em datacentermap.com, existem mais de 130 datacenters na região e espera-se que o mercado de construção de centros de dados na América Latina aumente a uma CAGR de 7% no período de 2022 a 2027. Isso gerará investimentos próximos a US$ 1,540 bilhão, liderados por países como Brasil, Chile, Colômbia, México, Bolívia e Argentina.
Esse crescimento e desenvolvimento dos centros de dados na região são impulsionados por uma melhor conectividade de fibra, redução de custos, maior confiabilidade no fornecimento de energia, alta segurança, grande demanda e flexibilidade de serviços especializados.
Por que é importante interconectar os centros de dados?
Os centros de dados se tornaram um elemento indispensável dentro do ecossistema de interconexão global, onde múltiplos atores do ambiente de telecomunicações e, em geral, de Tecnologias da informação, convergem em busca de oferecer diversos tipos de serviços de conectividade, segurança, cloud computing, acesso às nuvens públicas e serviços especializados. Por tudo isso, contar com uma conectividade de última geração, eficiente e com grande largura de banda (lambdas ópticas de 100/200/400/800G) torna-se fundamental para mover todas as informações geradas nos centros de dados; tecnologias como DCI (Datacenter Interconnect) são as que, em grande medida, tornam possível realizar essa tarefa.
O que é o Datacenter Interconnect (DCI)?
Devido à importância que os centros de dados têm em nível mundial, é impossível que existam de forma isolada. Sua competitividade depende em grande medida da capacidade de se conectarem entre si, compartilhando dados, conteúdo e sendo uma alternativa de redundância para garantir a continuidade dos negócios de seus clientes.
A tecnologia DCI permite o trânsito de dados entre os centros de dados. O transporte mais apropriado para conectar esses locais é a conectividade óptica de alta velocidade baseada em inovações tecnológicas, como as redes coerentes, que proporcionam melhor desempenho e maior flexibilidade para transportar muito mais informações na mesma fibra óptica.
A interconexão de centros de dados é continuamente confrontada com vários desafios:
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Distância: muitos aplicativos e serviços presentes nos centros de dados são sensíveis à latência, portanto, é importante otimizar as redes que os interconectam para minimizar o tempo que os dados levam para viajar de um ponto a outro.
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Custos: sempre é um elemento a ser considerado para manter a competitividade; os centros de dados não são alheios a esse fenômeno global e seus custos não podem aumentar na mesma taxa que o aumento da largura de banda de suas redes. É importante que a tecnologia permita otimizações: quanto maiores as capacidades, menor deve ser o custo por unidade de capacidade.
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Capacidade e confiabilidade: os centros de dados movem quantidades inimagináveis de tráfego e, para enfrentar esse tipo de carga, a arquitetura das redes que os conectam deve suportar grandes capacidades de largura de banda, permitindo maior agilidade em seu crescimento e alta confiabilidade que proteja a integridade das informações que entram e saem deles.
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Automação: a ativação dos serviços de conectividade entre os centros de dados deve ser rápida e confiável, tornando necessário que as tarefas envolvidas nesse processo não envolvam atividades manuais constantemente; é aqui que a automação e a tecnologia desempenham um papel fundamental para garantir essa importante tarefa.
Grande parte do sucesso dos centros de dados é sustentada por sua capacidade de se interconectar de maneira confiável e custo-eficiente ao ecossistema global.
